domingo, 9 de janeiro de 2011

Façamos de conta

«Mas regressemos um pouco atrás, façamos outra vez de conta que a vida é uma substância sólida, em forma de globo, que podemos girar entre os dedos. Façamos de conta que é possível elaborar uma história lógica e simples de tal modo que se pode acabar um assunto - por exemplo, o amor - e prosseguir ordenadamente para o tema seguinte. Falava de um salgueiro. A sua chuva de ramos pendentes e a casca áspera e rugosa, tinham a aparência do que permanece fora das nossas ilusões mas é incapaz de as conter; do que é por um instante transformado pelas ilusões, mas, apesar disso, se mantém estável, calmo e com uma consistência que as nossas vidas não têm»

Virgina Woolf em As Ondas (tradução de Francisco Vale, Relógio D'Água)

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