terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O tempo de uma recordação

«A filosofia fala muitas vezes de actos livres e de actos necessários. Talvez não haja nenhum mais completamente sofrido por nós que aquele que, graças a uma força ascensional comprimida durante a acção, assim faz vir à superfície, logo que o nosso pensamento está em repouso, uma recordação até aí nivelada com as outras pela força opressiva da distracção, e a faz avançar impetuosamente porque, sem o sabermos, continha, mais que as outras, um encanto em que só vimos a reparar vinte e quatro horas depois»

Marcel Proust em Em Busca do Tempo Perdido (tradução de Pedro Tamen, Relógio D'Água)

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