quarta-feira, 12 de março de 2014

Sou de Pedra

«sou de pedra; sou a minha própria pedra tumular, sem nenhum interstício para a dúvida ou para a fé, para o amor ou para a repulsa, para a coragem ou para a angústia, em particular ou em geral; só uma vaga esperança vive, mas à maneira das inscrições funerárias. Nem uma palavra, quando escrevo, se conjuga com outra, oiço as consoantes chocarem-se, soando ocas (...) As minhas dúvidas bloqueiam cada palavra antes mesmo que eu o discirna»

Franz Kafka em Antologia de Páginas Íntimas (tradução de Alfredo Margarido, Guimarães Editores)

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