«sou de pedra; sou a
minha própria pedra tumular, sem nenhum interstício para a dúvida ou
para a fé, para o amor ou para a repulsa, para a coragem ou para a
angústia, em particular ou em geral; só uma vaga esperança vive, mas à
maneira das inscrições funerárias. Nem uma palavra, quando escrevo, se
conjuga com outra, oiço as consoantes chocarem-se, soando ocas (...) As
minhas dúvidas bloqueiam cada palavra antes mesmo que eu o discirna»
Franz Kafka em Antologia de Páginas Íntimas (tradução de Alfredo Margarido, Guimarães Editores)
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